A saúde - conceituada como o bem estar físico, psíquico e social - demandou novas reflexões sobre como vivemos e ocupamos o espaço. Esse conceito transformou a saúde em um objetivo e também como um caminho para existirmos e alcançarmos a plenitude, o equilíbrio e a qualidade de vida. O meio e o objetivo também são a felicidade. Dentro desse conceito, refletimos sobre a saúde mental. Afinal, o que é saúde mental? É a capacidade de lidar com as exigências da vida, não necessariamente de forma harmoniosa, mas com a elasticidade e flexibilidade em que as habilidades do sujeito sejam usadas, desenvolvidas e possam contribuir consigo e com a comunidade.
Então, como identificar problemas na saúde mental? Mudanças nessas capacidades, no enfrentamento de situações cotidianas e mudanças no funcionamento do indivíduo que sejam percebidas por si mesmo ou por terceiros podem sinalizar que a pessoa precisa de atenção nessa área. Além disso a rigidez, seja cognitiva ou emocional, também aponta para a necessidade de ajuda, pois uma pessoa pode ser "estavelmente instável".
Um dos grandes pensadores que escreveu sobre o tema da felicidade, Viktor Frankl, introduziu ideias sobre a felicidade estar em encontrar o sentido da vida. Isso envolve a busca de um propósito, um sentido de existência que, em outro polo da balança, encontra o vazio existencial, desmotivação ou crise de identidade. Outra análise, da pirâmide de necessidades de Maslow, esclarece que necessidades básicas, incluindo segurança e pertencimento, são fundamentos para a autorrealização e a autoestima.
Nessa esteira, o psicólogo encaminha, com suas intervenções terapêuticas, o sujeito a compreender e manejar suas emoções, sua história de vida e seus desafios consigo e com o mundo. Já o psiquiatra é um médico, que diagnostica e trata transtornos mentais, conjuntos de sintomas que trazem prejuízo significativo na vida, em geral, usando medicamentos. O psicólogo é um profissional que auxilia na construção do caminho pra felicidade usando o diálogo, enquanto o médico psiquiatra usa de medicamentos para mitigar ou eliminar disfunções graves. Muitas vezes, o trabalho colaborativo entre esses profissionais permite que pessoas sobrevivam e construam vidas que valem a pena ser vividas, quando elas mesmas já não acreditam que isso possa ser possível.
Dr. Pedro Rezende Tanajura, diretor técnico do Instituto HEAL
Data: 15/01/2024
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