Em uma sociedade que, muitas vezes, marginaliza aqueles que enfrentam transtornos mentais, é essencial refletir sobre o papel da justiça social no contexto da saúde mental. A justiça social não é apenas uma questão de igualdade, mas de assegurar que todos (as), independentemente de sua condição social, econômica ou psicológica, tenham acesso ao cuidado e ao tratamento que merecem. Em um hospital de saúde mental que também atua por meio da filantropia, a responsabilidade social e o compromisso com a equidade são ainda mais evidentes. Muitas vezes, esses hospitais atendem pacientes que não têm condições financeiras de pagar por um tratamento de saúde especializado, oferecendo cuidados essenciais para aqueles que, de outra forma, poderiam ser marginalizados ou excluídos dos serviços de saúde mental disponíveis. Nesse cenário, o Serviço Social exerce um papel crucial, promovendo a justiça social de maneira prática e concreta.
A nossa responsabilidade é promover o direito à saúde mental de forma acessível, acolhedora e respeitosa. Muitos dos pacientes que chegam até nós enfrentam não apenas os desafios de suas doenças, mas também a exclusão social, o estigma e a falta de recursos para um tratamento adequado. A justiça social no cuidado psiquiátrico está intimamente ligada à visão de que a saúde mental é um direito universal. Isso significa que, independentemente da origem ou classe social, todos têm o direito a ser tratados com respeito, dignidade e humanidade. A filantropia, que guia nosso trabalho, permite que possamos oferecer atendimento a quem, de outra forma, não teria acesso, quebrando barreiras e possibilitando uma recuperação mais justa e equitativa.
Como destaca o sociólogo e filósofo Paulo Freire, “A justiça social não pode ser uma promessa, deve ser um direito. E direitos, na sua essência, são inalienáveis” (FREIRE, 2001). Este pensamento reforça a ideia de que a justiça social deve ser concreta e universal, não algo que se negocia ou se limita a determinadas camadas da sociedade. No contexto da saúde mental, isso exige que todos os indivíduos, independentemente de seu status econômico ou social, tenham acesso aos cuidados necessários para sua recuperação. A promoção da justiça social no campo da saúde mental exige, portanto, não apenas ações filantrópicas, mas também um engajamento coletivo para a transformação de estruturas sociais e políticas.
Somos todos responsáveis por um mundo onde cada pessoa, independentemente de sua condição mental, tenha a chance de viver com dignidade, respeito e acesso à saúde necessária para a sua recuperação, somando todo um esforço de uma equipe em prol daqueles que dela necessita.
Cristielle Oliveira, Coordenadora do Serviço Social
Data:17/02/25
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