A Doutrina Espírita propõe o axioma “Fora da caridade não há salvação.” Parece óbvio que esse princípio norteador de nossa conduta seja gerador de bons resultados ou bons frutos. Será? Então por que ainda não o aplicamos no dia a dia?
Ainda não alcançamos a essência de tal ensinamento. Necessitamos meditar o tema para senti-lo e, aí sim, aplicá-lo em nossas vidas. Só a vivência produz resultados efetivos e transformadores.
Algumas datas têm sido destinadas a celebrar ou lembrar a importância da prática da caridade. A ONU escolheu o dia 5 de setembro como o Dia Internacional da Caridade, em alusão à Madre Teresa de Calcutá, um ícone mundial do altruísmo, que faleceu nessa data. Ela vivenciou a caridade de mil modos, sem se intimidar. Dedicar-se àqueles que estagiam em situação de vulnerabilidade socioeconômica não é tarefa simples, demanda coragem e determinação.
Males do corpo, da alma, das relações, da sociedade são avaliados segundo referenciais pessoais, sujeitos a mudanças e questionamentos por parte daqueles que pensam de forma diferente ou se sustentam em valores discordantes. Nesta linha de análise, encontramos aqueles que criticam as ações da caridade, como pouco efetivas e mesmo desqualificadas. Entretanto, para quem está com fome, é o pão ofertado naquele momento que faz a diferença. Da mesma forma, o copo de água, para quem tem sede ou o agasalho para quem tem frio. Sair do plano filosófico que delineia o ideal e procurar minimizar as dores do aqui e agora, passa a ser a premissa, agir com compaixão.
Pacientes terminais, ao receberem o conforto de uma palavra amiga, sentem-se pacificados para aceitar a sua realidade. Muitos trabalhos comprovam essa assertiva. Ser presença, ser apoio, ser palavra, ser canal de luz na vida do próximo representam modalidades da caridade. Sair de si, sair do egoísmo, sair da indiferença, sair da preguiça configuram movimentos indispensáveis para quem opte pela Vida Cristã.
Identificar o talento pessoal é fundamental. “Que fazeis de especial?” Mt. 5,47
Encontrar em si mesmo recursos para servir em nome do Cristo pode tornar-se estímulo, ou mesmo a missão de vida do ser desperto. Neste ponto, a bandeira em favor do bem o liberta do interesse próprio e o direciona para o bem coletivo. Os desafios tornam-se bagatelas, acidentes naturais da jornada, uma vez que seu olhar está dirigido para frente e para o alto, para um mundo melhor para todos, que começa hoje através de pequenas ações concretas.
Texto escrito por Lenice Alves, diretora de Relações Institucionais do Instituto HEAL
Data: 04/09/2024
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